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domingo, 28 de fevereiro de 2016

Pedro Brant

O Branco

“Droga, deu branco.”

Ela se levantou, deu outra volta pelo quarto, como se a sexta volta pudesse mudar alguma coisa. Sentou-se na cama e encarou a distância a folha em branco e a caneta largados na mesa, sem nenhuma ideia ali escrita, e agora abandonada como se a culpa fosse da folha.

“Preciso escrever algo, mas nada vem na cabeça, preciso entregar isso amanhã de manhã. Droga.”

Ela se levantou, a culpa da falta de ideias começava a incomodar e girar pela mente. Resolveu caminhar lentamente até a cozinha, tentando se agarrar a qualquer inspiração selvagem que aparecesse em seu caminho. Ao chegar a cozinha, só se sentia pior por nada ter vindo a mente. Abriu a geladeira, ou melhor, o deposito de memórias perdidas, e ali ficou encarando os restos do almoço e algumas frutas.

1 minuto. 2 Minutos. 5 Minutos.

“Quem sabe comer não me dá a inspiração que falta?”

Pegou os restos do almoço, fechou a geladeira, pegou um copo de água e começou a voltar para o quarto. Nos mesmos passos lentos torcendo para que a inspiração surgisse do inesperado.
Nada.

Comeu. Estava horrível, velho e frio. Começou a se questionar se ia mesmo dar tempo. Nem se deu ao trabalho de procrastinar ainda mais levando o prato. Sentou novamente em frente a folha e a caneta e tentou novamente.

“Lara, a escritora em branco. Se um dia escrever minha biografia vai ser assim.”

5 Minutos. 10 Minutos

Por fim se levanta, com uma mistura de ansiedade e nervosismo, e o fato de não ter ninguém perto piorava a situação. Olhou para os lados em busca do telefone, estava completamente perdido na bagunça que era seu quarto. Começou vasculhar embaixo de cada peça de roupa ou cobertor jogado pelo quarto, até que finalmente o encontrou.

“Bom o fuso não vai me ajudar muito, mas quem sabe ele ainda tá acordado?”

*tummm* *tummm* *tummm*

-Alô, Lara? O que foi? Aconteceu algo?

-Oi pai, não aconteceu nada, só tô sem ideias. Te acordei?

-Não acordou não, você sabe que gosto de trabalhar de madrugada que não tem ninguém pra me distrair.

-É eu sei de quem puxei. Podia ter puxado a criatividade também.

-Lara, não sei de onde você tirou isso de que está sem ideias. Você está é com ideias demais, tantas ideias que elas atrapalham umas às outras. Arrume a cabeça e vá escrever. Quando acabar me mande que quero ler. Beijo.

-Beijo.

Quando desligou o telefone, ficou tão intrigada com o pensamento de ter ideias demais que aquilo só fez tudo piorar. Optou então por meditar.

“Ora se preciso arrumar a cabeça por que não meditar?”

Após 20 minutos decorridos a única coisa que Lara achou foi sono. E começou a ponderar a ideia de dormir e tentar escrever em cima do prazo de entrega, afinal nenhuma ideia veio à mente, ou melhor, as ideias estavam confusas demais para fazerem sentido.

Enfim desistiu, arrumou a cama, pegou seu travesseiro favorito, seu cobertor mais quente, vestiu o pijama e deitou. No escuro continuava pensando.

“Vou conseguir dormir por 4 horas. Já estou sonolenta. Adoro essa moleza que o sono da na gente. Já consigo sentir minha mente mergulhando no escuro a os pensamentos sumindo.”

A escritora ficou ali deitada no escuro, sendo abraçada pelo sono e sentindo suas ideias escorrerem da sua mente até quase cair no sono, quando foi acordada por um pensamento.


“Droga, tive uma ideia.”

Fonte da Imagem: linkzan

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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Pedro Brant

Brainstorm sobre Objetivos

Qual seu objetivo?

Viver sem um objetivo no horizonte é muitas vezes um problema. Todos temos um objetivo, mesmo que esse seja o desejo do dia acabar. Mas traçar um objetivo talvez seja o primeiro passo para concretizá-lo. Só tem de saber como realiza-lo por mais difícil que ele pareça ser.

Vamos começar pelo fim.

Você deseja se tornar CEO da uma grande empresa. Um objetivo muito ousado, na visão de alguns é um objetivo impossível. Eu acho que está no tamanho certo, quase impossível, bem difícil, o desafio será interessante. Como disse, começamos pelo fim, e o fim, solto no ar, não faz muito sentido.

Então vamos agora ao começo.

Para fazer o impossível, possível, é necessário mudar a forma como encaramos esse objetivo. Vamos dividi-lo em objetivos menores, mais simples, mais “possíveis”. No nosso exemplo, primeiro vamos escolher a graduação. Uma vez escolhida e iniciada, vamos fazer cursos extracurriculares, aprender além da sala de aula, traçar um objetivo de ser um pouco mais que o normal.

Conseguiu se destacar? Já foi um degrau, que tal agora tentar uma vaga naquela empresa que você quer ser CEO? Vai pro processo, mas infelizmente seu perfil não se adequou a vaga. Mas por que não na empresa do lado? Aquela startup ali da mesma área?

Vai lá, faz o processo seletivo e passa. Trabalha uns anos vai subindo junto com a empresa, até que, um dia, chega no seu e-mail um convite pra ser funcionário da tal empresa objetivo e sem perceber você está dentro.

Meio caminho andado, é só continuar traçando pequenos objetivos que tendem a ir ao grande objetivo que cada vez se chegará mais perto, até que, um dia, se chega lá.

Se tratando de grandes objetivos a tal da resiliência, ou simplesmente o “cabeçadurismo” é essencial. Insistir que um dia você chegará lá. Mas sempre tomando a rota do “deixar o objetivo mais possível”, até que se faça o impossível.

Definir objetivos, sejam eles diários, mensais, anuais ou de vida, nos permite encontrar motivação, disposição e energia para continuar. Queira sempre ser desafiado, escolha seus objetivos de forma a eles serem minimamente desafiadores, seja ele um projeto verão de 30 quilos, ou zerar aquele jogo novo em uma noite pra dar tempo de estudar pra prova, ou quem sabe conseguir juntar dinheiro até o próximo iPhone.

Definir um objetivo, mais que isso, definir uma missão, é benéfico. Não se deixe desistir nos obstáculos, tenha a mente aberta para conseguir contornar criando objetivos menores que chegarão no objetivo maior, pois com cabeçadurismo e muito esforço você chega lá. 

Uma frase clássica resume tudo de maneira magnifica, “o não você já tem”, e se ficar abraçado com ele vai acabar parando no tempo. Desejo a todos uma boa escolha de objetivos e bom projeto verão.

Fonte da Imagem: Forwallpaper
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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Pedro Brant

Bike

Droga, preciso ter mais disciplina. Eu tô atrasado, como sempre. Dentes. Tênis. Chaves. Celular. Escovar os dentes enquanto me calço, estou ficando cada vez pior. Pronto. Agora vamos.

Escadas. Chave. Bike. Pera! Claro que esqueci minha carteira. As coisas tendem a dar errado quanto mais pressa você tem, não é mesmo Murph? O que eu tô pensando, eu sempre esqueço a carteira mesmo.

Casa. Chaves. Carteira Escadas. Trancar. Bike. Boné. Fones. Música. O sol tá forte hoje, acho que vai ser um bom dia, apesar de já ter perdido um crédito de aula, Sophia vai me matar quando chegar atrasado de novo.

Pedalar. Música. Automático. Em disparada rua abaixo, nessa velocidade chego lá antes do segundo crédito começar. Foco. Borrões. Pedalar. Pedalar. Pedalar. 13 esquinas, só mais 15.

Adoro essa sensação de mente desligada do mundo. Automático. Caminho. Bike. Pedalar. Música. Robô. Mas pra quê a pressa mesmo, nem sei porque eu ainda tô fazendo esse curso. Olha só crianças brincando, é bem raro ver alguém nesse parquinho.

Esquina. Semáforo. Vermelho. Parada. Música. Bike. Carros. Sol. Verde. Vamos nessa, só mais 5. Será que hoje a Sophia aceita sair pra almoçar? Não tava a fim de ter de fazer comida. Pedalar. Bike. Dúvida.

Parada. Praça. Nunca tinha reparado nessa praça. Que bonita, tão arborizada, cheia de casais, pode ser uma boa ideia pra depois do almoço. Porque eu tô parando aqui no meio do nada tô atrasado! Bike. Música. Pedalar. Esquina. Velocidade. Restaurante.

Olha um lugar novo. Acho que podemos comer ali, ela gosta de experimentar coisas novas. Ou quem sabe no de sempre? Ah, eu não sei, vai que esse novo é ruim. Dúvida. Música Pedalar. Automático. Robô. Próximo quarteirão, vou chegar antes do segundo crédito começar!

Destino.

Fechado? Mas por que tá tudo fechado? Celular. Sábado. Burro, não acredito que eu esqueci que era final de semana. No fim não tava atrasado, tô adiantado pra convidar Sophia pra ir almoçar. Droga, preciso ter mais disciplina.

Fonte da imagem: wonderwordz

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terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Pedro Velloso

Brainstorming sobre sonhos

Tá ai uma coisa muito engraçada, sonho.

Sonhar é algo intrínseco ao ser humano. Sonhamos todo dia ao dormir, lembrando ou não, todos nós sonhamos. Mas não vim hoje falar desse tipo de sonho. Vim aqui falar daqueles sonhos que temos acordados.

Jamais conseguiria contar quantas vezes sonhei e planejei algo. Esse algo parecia a melhor ideia do mundo, sem falhas, sem erros, difícil, mas não impossível. Até que algo, ou alguém, tente matá-lo. Geralmente será de forma sutil, quase imperceptível, você ouvira algo como: “mas você tem certeza?”, “mas você acha mesmo que isso vai dar certo?”, “nossa eu jamais faria isso”, ou o irônico “boa sorte”.

Esse é o ponto que grande parte dos sonhos são mortos, mas porque deixamos nossos sonhos morrerem ali, antes mesmo de virarem embriões na nossa mente? Para achar uma resposta, eu voltarei anos, até a infância e adolescência de todos nós.

Quem nunca teve um professor, pai, mentor, amigo, inimigo, ou aquela vizinha tagarela chata que toda vez que você ia fazer algo estranho (leia criativo), reclamava, falava que ia dar errado, que ia se machucar, que não devia fazer isso. Nesse momento, exatamente ali, nós começamos a temer concretizar nossos sonhos.

A vida foi passando, e fomos advertidos, e muitas vezes impedidos, de realizar os pequenos e ingênuos sonhos infanto-adolescentes, até que sem ver, nós mesmos começamos a nos advertir e impedir de realizar os sonhos que não seguem as tendências pré-colocadas pela sociedade.

Chegamos finalmente a vida adulta, quadrada, pré-moldada, baseada em tudo aquilo que foi colocado em nossas cabecinhas. Agora achamos que, se tentarmos, vai dar errado, vai ser impossível, melhor, então, nem tentar. Assim, toda vez que um sonho meio louco surge, nem temos trabalho de analisar a viabilidade ou quanto trabalho para torna-lo realidade seria necessário, a programação diz: desista! E quando isso não acontece de forma automática, as pessoas ao redor com a mesma programação nos lembram disso e imediatamente nós mesmos matamos o sonho.

Somos matadores de sonhos. Uns matam mais os próprios, outros mais os dos outros, mas de maneira geral fomos educados para matar sonhos. E as consequências disso? Passamos a viver num cemitério cheio de fantasmas, onde sou (todos somos) assombrado e forçado a conviver com os Fantasmas dos meus sonhos não vividos.

Fonte da Imagem: weheartit
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domingo, 14 de fevereiro de 2016

Pedro Brant

Era Terça

Era terça-feira, tinha que ser. Pra que ele iria morrer num final de semana se podia morrer no meio da semana e atrapalhar todas as atividades cuidadosamente projetadas e marcadas. Pelo menos é relativamente fácil se vestir para esse tipo de ocasião, preto, sempre o fúnebre, o frio, preto.

Entrei no carro, fui até o velório, o céu até ameaçou chover, mas no fim parece que quem quer que tenha morrido não justificou a chuva, ainda. Tem um leve transito, mas ainda assim nenhum som, sem buzinas, sem ambulantes, sem nada. Já reparou como as coisas que tem importância mudam dependendo do foco de damos para elas?

Me atrasei, todos já estavam lá. Pelas portas de vidro podia ver todas aquelas pessoas ali. Familiares, amigos e conhecidos, ninguém nem falava, só se olhavam. Até agora eu não sabia nem a causa do óbito e nem lembrava o nome do defunto, ia parecer um idiota no funeral.

Não adiantava procrastinar mais na porta, devia entrar e encerrar logo com esse rito social dessa pessoa que eu esqueci o nome! Juro que ainda não sei como, pelo visto não nos conhecíamos direito, então porque diabos vim aqui?

Entrei. Ninguém nem se mexeu, fui caminhando, e como a maioria nem me deu atenção, continuei meu caminho pro caixão para prestar a homenagem final ao Sr. Esqueci. Ninguém mais parecia querer olhar pra ele. A tampa estava aberta, minha vez de vê-lo, mas não quero, odeio ver cadáver, e algo está me apertando o peito.

É um homem, parece da minha idade, mas pera, parece demais comigo. Eu não tenho sósia, nem irmão gêmeo, que porra é essa? Eu tô aqui! Não nesse caixão, ou não?

Bastou um olhar, procurando o certo. Enquanto pensava que era um funeral ridículo de alguém irrelevante, eu não pude reparar que todos estavam na verdade consolando minha mãe, e que a pessoa mais próxima, estática ao do caixão era meu irmão. Nem mesmo reparei que todos ali eram diretamente ligados a mim, por laços de amizade, familiares ou do trabalho.

Eu morri, e estou tão desligado de mim que nem percebi. Me tornei tão sem importância pra mim mesmo que meu próprio funeral foi irrelevante pra mim.

*toc**toc*

“Três pessoas pediram para pronunciar algumas palavras a este que nos deixa, na vida desses três, essa pessoa as tocou de uma forma boa, passo a palavra a elas.”

Bom, posso ir embora. No fim fiz algo certo e nem percebi, imagine se tivesse consciente do que estava fazendo. Que idiota eu sou, morri e nem percebi.

Olha só, agora está chovendo.

Fonte da Imagem: Pxfuel


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Pedro Brant

Brainstorm sobre consequências







Acordei hoje e percebi como tenho sido refém das consequências de decisões de outras pessoas. Antes de tudo, sim, eu estou exposto a essas consequências por uma escolha anterior minha, então no fim a culpa ainda é minha. Porém, o fato de assumir a culpa, não muda o incrível fato de como, o tempo todo, pequenas escolhas que fazemos no nosso dia a dia são capazes de afetar dezenas, centenas ou até milhares de pessoas, quiçá até milhões ou bilhões se você for um grande executivo ou uma pessoa de grande influência.

Vamos pensar juntos. Toda vez que tomamos uma decisão pensamos nas consequências dela, mas em quais pessoas? De maneira geral em nós e aqueles que nos cercam. Mas, por quê?

Usemos um exemplo para ilustrar. Um rapaz acabou de se formar no ensino médio, e está em dúvida sobre o que fazer, suas opções, escolhidas por ele mesmo envolvem:
 
Fazer Direito e virar advogado;
Fazer Química e seguir a profissão;
Fazer administração e emendar um MBA;
Ir direto pro mercado de trabalho sem ensino superior.

Depois de muito pensar nosso rapaz ficou entre Química e Direito. Quais pessoas seriam afetadas por essa escolha? Por mais que chutemos ou achemos que sabemos a resposta, ela vai além do que qualquer um de nós pode imaginar.

No primeiro cenário ele escolheu Direito, lá na faculdade conheceu uma menina a qual se apaixonou e casou com ela e decidiram adotar uma criança. Mas, antes de chegar a isso, as consequências já eram notáveis. A mãe dele odiava a hipótese dele cursar Direito, mas nunca contou, e entrou em depressão pela escolha do filho, que nunca soube disso uma vez que ele foi morar em outro estado, onde ficava a faculdade.

Uma amiga da mãe, que o filho não tem contato, passou a ficar mais tempo com ela para ajudá-la. O marido dessa amiga passou a se sentir abandonado e acabou por procurar alguém fora do casamento. A amante era também casada, e ambos acabaram traindo seus parceiros.

Por ter escolhido Direito, o rapaz, sem jamais ter imaginado, destruiu dois casamentos, e salvou a vida de um garoto que estava em um orfanato, além de ter achado uma esposa. Apenas com essa escolha ele afetou 5 famílias inteiras, sem saber. Isso tudo ocorreu, pois, todas essas pessoas estavam além do campo de visão de pessoas que são afetadas pelas consequências de nossos atos.

Pensemos agora no outro cenário. Ele foi cursar Química, sua mãe ficou contente. Lá ele se aceitou bissexual, achou o amor da vida dele e casou com o menino, e adotaram, vejam só, a mesma criança do outro cenário. Além disso, durante o namoro ele ajudou o namorado e a família a aceitarem a realidade.

Nesse cenário ele acabou salvando duas vidas e uma família, mas por não ter escolhido Direito a sua namorada do outro cenário acabou namorando outro rapaz que a agrediu e ela precisou de socorro policial para prendê-lo e se livrar dele. Isso tudo porque ele escolheu Química.

Toda escolha que tomamos gerará boas e más consequências para várias pessoas dentro e fora do nosso campo de visão dessas consequências. Mas, voltando a pergunta inicial, até onde podemos ver quem será afetado pela consequência dos nossos atos? Até onde vai nosso campo de visão dessas consequências?

A resposta dessa pergunta é simples. Só podemos ver as pessoas que serão afetas em todos os cenários. No caso do nosso personagem ele só podia prever parte das consequências para sua própria família, pois as demais pessoas estavam além do seu campo de visão, já que ele apenas as conheceria depois que a decisão foi tomada.

Toda vez que decidimos algo, em sua maioria, temos consciência que várias pessoas serão afetadas, só não temos noção quantas pessoas de distância as consequências de nossas escolhas podem atingir. Portanto escolham bem que direção tomarão pois nunca saberemos o as reais consequências e o real número de pessoas que sofrerão dessa escolha.

Fonte da Imagem: visiblechild
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