Brainstorm sobre distância
Já sentiu saudade de alguém? Procurou soluções para sumir
com centenas ou milhares de quilômetros? Você não é o primeiro nem será o
último a querer dar um jeito nisso. Mas ao mesmo tempo que várias pessoas
buscam diminuir a distância usando artifícios como redes sociais, algumas
pessoas tem o dom de aumentar distancias antes praticamente inexistentes.
A tecnologia permite que pessoas fiquem tão próximas quanto quiserem. Ao toque de um celular se é possível compartilhar momentos, ideias, fatos, músicas e vídeos. “Aquele vídeo engraçado? Ah, preciso mandar para aquela pessoa! Essa página com essa lista engraçado, tenho que mandar pra minha mãe!”
A tecnologia permite que pessoas fiquem tão próximas quanto quiserem. Ao toque de um celular se é possível compartilhar momentos, ideias, fatos, músicas e vídeos. “Aquele vídeo engraçado? Ah, preciso mandar para aquela pessoa! Essa página com essa lista engraçado, tenho que mandar pra minha mãe!”
Mas estamos realmente nos aproximando? Quando pessoas
na mesma casa chegam ao ponto de mandar uma mensagem ao invés de falar uns com
os outros pessoalmente, isso não seria nos afastar?
A grande adesão de redes sociais em nossas vidas, nos
permite alcançar um número infinitamente maior de pessoas. Mas apenas alcançar
não gera uma interação. E interagir não significa formar laços. Para interagir
é preciso se conectar ao outro num nível muito mais íntimo que o atual “aceitar
solicitação”, e criar laços é muito mais que algumas frases trocadas numa tela.
Estamos vivendo majoritariamente dentro da rede, em
amizades superficiais, e a parte mais grave disso é que achamos normal. As
relações têm se degradado na mesma velocidade que novas redes sociais e
aplicativos surgem pelo mundo. A falsa sensação de proximidade nos deixa cada
vez mais longe, lendo as palavras do outro ou ouvindo sua voz por meio de
gravações. A tal tela mágica que o celular tem se tornado nos abre a um novo
mundo e nos fecha ao nosso próprio.
E aquelas relações não degradadas, mas que se mantem
ou renascem graças a estas ferramentas, e telas mágicas? Amigos de infância que
se reencontram, casais que se mantem juntos em países diferentes através dessa
tela, filhos que veem os pais morando em outro estado, melhores amigos que não perdem
contato quando tocam suas vidas. Estas são relações cujos laços são tão fortes,
tão reais, que a distância não se torna empecilho, ela vira detalhe, que as
redes sociais não se tornam meio de degradação, se tornam facilitador.
Mesmo assim, ainda que o celular esteja a menos de um
braço de distância, isso nunca vai significar que aqueles que são importantes
também estarão. Estamos apenas nos acostumando a enganar a saudade, ludibriando-a,
usando de artifícios como ligações SMSs, Facebook e Skype. E vamos ficar assim
até que a última bateria acabe a última tela apague.