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quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Pedro Brant

Brainstorm sobre anjos

Este ano de 2018 foi no mínimo inusitado, mínimo mesmo, acho que faltariam adjetivos para descrevê-lo, por isso não vou nem tentar. Porém, mesmo neste turbilhão de ano, cruzei com vários anjos, alguns novos, outros nem tanto. Estranho ver isso sair de um ateu, né? Mas não estou falando de anjos literais, mas de pessoas angelicais que trouxeram reflexões, evoluções, mudanças pra mim e para a minha vida.

Várias dessas pessoas imaginei que fossem demônios cruzando minha vida. Enquanto cruzava com eles colecionei raiva, tristeza, e todo tipo de sentimento ruim, não conseguia ver no momento nada de bom vindo daquelas pessoas. Entretanto, aqui estou, e , de forma inimaginável, agradecendo por ter cruzado com elas.

Muitas dessas pessoas foram verdadeiros anjos. Era notável o bem que traziam enquanto estavam comigo, independente do período e do local que passamos juntos, foram pessoas que surgiram de forma inesperados, e deixaram algo bom em mim.

Este é meu resumo de 2018, um ano cheio de acontecimentos, nenhum deles apenas por minha causa, todos com toques de anjos. E são sobre nossos anjos que venha falar. Tenho certeza que todos cruzamos com várias pessoas ano passado que deixaram uma marca, boa ou ruim. Um colega, um chefe, um amigo, um amor, um rival, por que não? E mais que marcas, já se perguntou o que teria acontecido contigo se não tivesse cruzado com esta pessoa? Meu ano seria completamente diferente, e tenho certeza que de muitos também seria.

Ao deixar uma marca positiva em ti, estas pessoas ganharam carinho e lembranças de ti. Meu ano foi repleto delas, algumas pessoas eu já conhecia, mas os atos só me lembraram dos anjos invisíveis que habitavam meu entorno e que a rotina me fez esquecer. Outros anjos eu conheci desde a virada do ano, até o seu absoluto término. São pessoas que apesar de suas próprias lutas e suas próprias feridas conseguem de alguma forma te ajudar. E, num ano tão pesado quando foi 2018, estas pessoas mereciam muito mais que o título de anjo deste texto.

Do outro lado da moeda temos pessoas que não sabem lidar com aquilo que carregam, sejam feridas ou fardos, e acabam por ferir aqueles que a cercam. Não são fáceis de conviver, muitas vezes nos vemos convivendo por simples obrigação, mas acredite em mim quando digo: não foi de todo mal. Todos tivemos esses demônios no nosso ano, foram mais que gostaríamos, talvez menos do que precisávamos. Não, não fiquei louco. Estas pessoas por mais que pareçam tóxicas no fim elas trazem algo bom, nos tornamos melhores ao lidar com elas. Aprendemos evoluir, nos tornamos melhores pessoas, se nos permitirmos a isso.

Poucos anos me trouxeram tantos demônios quanto 2018, mas nenhum me ensinou tanto com eles quanto este. Posso dizer que me tornei melhor com eles, e pude ver quando estava sendo demônio de outros, e pude aprender como melhorar para não ferir ninguém, para não ser mais demônios de ninguém.

Neste ano aprendi ser mais humano, aprendi ser mais empático, aprendi que posso ser mais eu, que se todos cuidarmos um pouco daqueles que estão ao nosso redor, sem ferir ninguém no processo, o mundo será melhor. Aprendi o óbvio, eu sei, mas é preciso viver para aprender, é preciso sentir para entender.

Num ano com tão pouco amor quanto foi 2018, aprendi a amar mais. Num momento tão egoísta da nossa sociedade, aprendi a ter mais empatia, solidariedade, e olhar pelo outro. Em momentos como estes que raiva impera aprendi a tentar trazer alegria de todas as formas sempre que puder. E nada disso aprendi sozinho, tudo isso aprendi pelas ações, conversas, ensinamentos, e convivência com meus anjos, transvestidos ou não de demônios. E a eles, todos eles, meu obrigado, pois graças a isso entro em 2019 mais preparado para tudo que esse ano me guarda.

Que novos anjos cruzem o caminho de todos nós e que nós estejamos prontos para receber aquilo que eles nos trazem. Porque no fim só temos uns aos outros.


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