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domingo, 14 de maio de 2017

Pedro Brant

Brainstorm sobre Parenting

Nem todos nascemos para ser pai ou mãe. Alguns de nós, por opção, passaram pela vida sem saber o que é isso, como é ter um filho. Outros, muitas vezes não por opção, descobrem como é ter um filho, alguns desses já tinham o desejo, outros veem o sentimento e desejo nascer junto com o filho, mas existe aquela parcela que nunca verá isso nascer.

Mas antes de prosseguir, precisamos de uma definição, vamos ver um significado figurativo retirado de um dicionário:

Mãe: Aquela oferece cuidado, proteção, carinho ou assistência a quem precisa.

Se tratando de uma sociedade que o papel de criação de filho não compete mais apenas a mulher, poderíamos dizer que Pai é o masculino análogo da mãe neste caso. Certo?

Vamos agora pensar como nós definimos socialmente pai e mãe. Pensou? Agora guarde o que pensou, no final vamos comparar.

Algumas pessoas buscam título de pai e mãe, como se fosse um achievement a ser atingido, um souvenir que se compra numa viagem, um troféu que se põe na estante, por vezes apenas por pressão social. Mas já parou para se pensar que faz muito mais sentido esse título ser merecido ao invés de recebido?

Vamos a 3 cenários com 3 diferentes mulheres, temos uma mulher que adota uma criança abandonada, temos uma mulher que cria uma criança órfã, e temos uma mulher que engravidou por acidente.

No primeiro cenário, nós temos aquela pessoa que tem o desejo real de ter um filho e cuidar dele, dando carinho, educação, suporte e atenção, e maneira que ela escolheu foi adotar uma criança que hoje não tem nada disso.

No segundo cenário, temos alguém que não deseja ser mãe, mas se doa assim mesmo, seja por empatia, seja por carinho. Costumamos chamar essas mulheres de mãe “do coração” (as aspas existem pois acho essa expressão completamente incorreta, mas já chegaremos lá).

No terceiro, sem contexto temos infinitos cenários, a mulher poderia ou não desejar ser mãe, se não, ela poderia ou não dar o filho para adoção (e não, isso não é um ato egoísta, e sim de amor, mas fica de assunto para outro texto), e se não desse para adoção, ela poderia ou não desenvolver o desejo de ter um filho. Caso todas as respostas destes questionamentos sejam não, temos um cenário de uma criança crescendo num lar sem apoio, sem carinho.

No primeiro cenário temos uma mãe “adotiva”, mas hoje já aprendemos suprimir o “adotiva”, pois ela fez por merecer o título que tem. No segundo relutamos em dar o título de mãe, mesmo sendo ela quem cria, cuida e educa, e quando aceitamos, damos título chamando de mãe “do coração” para diferenciar das demais, apenas porque não foi ela quem gerou, ou não é quem consta na certidão. No terceiro, não questionamos, damos o título sem nos opor, apenas porque foi esta mulher quem gerou e por isso ela deve ter o título.

Tudo isso, novamente, é análogo aos homens e pais.

Tratar o título de mãe/pai como algo a ser merecido nos levaria a grandes mudanças de paradigmas. Por exemplo, existem vários tipos de relações humanas, familiares, amizades, amorosas. É aceitável, hoje, que um casal termine e nunca mais volte a se falar (inclusive é bem esperado), ou que melhores amigos acabem brigando um dia e nunca mais se falem, mas em relações familiares isso não é aceitável (não normalmente), exatamente porque o título é tratado como algo imposto a quem o carrega, jamais podendo abrir mão dele. Isso muda completamente com a mudança de paradigma, teríamos rompimentos de relações familiares danosas as partes, uma vez que elas não são mais eternas, não havendo a obrigatoriedade que elas continuassem a existir se não fossem benéficas.

Mães e Pais, são aqueles que educam, criam, ajudam, dão carinho e amor, e em troca receberão tudo isso, pois como toda relação humana, a familiar também é uma via de mão dupla.

Agora, voltando a definição de pai/mãe que você havia pensado no início do texto. Quantas pessoas você conhece que na definição tradicional não tem o título, mas o merecem e ele nunca foi dado, e quantas o detém sem na verdade o merecer. Acaba sendo muito comum, mesmo que não aceitemos, conhecemos um avó de um amigo, o pai de um vizinho, sua própria mãe ou até mesmo a sua bisavó. Felizmente, hoje com a menor imposição social para que as pessoas sejam pais, o número destes casos tem diminuído.

Para todos aqueles e aquelas que conquistaram o direito ao título, este dia é de vocês, sejam mães ou pais. Não é simples aceitar e abraçar todos os desafios que a vida impõe ao escolher cuidar de alguém, é compartilhar uma parte de si, e passar seus valores e conhecimentos adiante. Por isso existem dois dias para comemorar a existência dessas pessoas que merecem serem chamadas de mãe e pai.

Fonte da Imagem: Parkson's Movement

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