Tecnologia do Blogger.

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Pedro Brant

Brainstorm sobre relações


Quantas pessoas você influenciou? Quantas pessoas levam consigo uma marca sua? Quantas destas marcas são boas? Quantas são ruins? Quanto cada parte de si que foi emprestada? Quantas delas te fizeram falta? Quanto isso te ensinou? Quanto isso te magoou?

Somos humanos, e, como humanos, somos sociais, uns mais, outros menos. Mas no fim todos somos. Quando interagimos trocamos ideias, conversas, afetos, raivas, experiências, sonhos, expectativas, trocamos tantas coisas até chegar ao ponto de trocarmos partes de nós.

Aqueles que nos cercam nos ensinam, sem ver e sem saber, nos moldam na base convivência, seja ela pela dor ou pelo amor. Desde das nossas primeiras interações, dos nossos mais primordiais contatos, vivemos relações de doação. Quando interagimos com alguém estamos sempre doando. Não conseguiria contar, nem nomear todas as pessoas que já me deixaram marcas, lembranças, ensinamentos, doações...

Já parou para notar quanto de ti você doa ao mundo? Quanto você entrega aqueles ao seu redor?  
Doamos de tudo, seja tempo, ajuda, conhecimento, apoio ou amor. Há, também, quem doe ódio, mal, rancor ou raiva. Mas não deixa de ser a entrega de uma parte daquilo que carregamos ao outro. Muitas vezes ao fazê-lo levamos conosco parte do outro também, nos tornando alguém diferente após este contato.

Às vezes, tudo isso acontece num simples contato, as vezes cria-se toda uma relação. Relações estas, que podem ser das mais diversas: familiares, amorosas, amizades, coleguismos e, até mesmo, inimigos.

Cada pessoa que deixamos entrar na nossa vida acaba levando um pouco de nós. Cada pessoa que entra nas nossas vidas acaba deixando um pouco de si. Relações saudáveis acontecem quando as trocas são justas e equivalentes. Estas relações nos permitem evoluir e crescer, nos tornamos mais humanos, melhores pessoas, sempre nos acrescentam. Você se verá doando partes de ti para várias pessoas ao longo da sua vida, com diferentes consequências, oras elas te engradecerão, e te darão retornos incríveis. Porém, diversas vezes serão doações injustas, quase egoístas, na qual um lado ganha um prémio melhor que o outro. Aquele amigo secreto que você dá uma caixa de chocolate e ganha uma meia.

O erro começa quando a troca é injusta. Quando um quer aproveitar aquilo que aqueles ao seu redor tem a lhe oferecer. Cultiva e cria relações egoístas, de tudo quer, de nada abre mão. Em diferentes momentos encontraremos estas pessoas em nossas vidas, em várias ocasiões elas conseguirão entrar em nossos caminhos. Só nos resta quando identificarmos, evitar tais trocas injustas.

Tudo bem, não podemos julgar alguém antes de conhece-lo. No fim a vida é feita de encontros e desencontros. Conheceremos muitos, manteremos poucos. Manteremos aqueles que as trocas serão sempre as melhores. Mas isso não mudará o fato que sempre carregaremos uma parte daqueles que cruzaram nosso caminho.

Afinal? Quanto de outros você carrega consigo?

Fonta da imagem original de @biaarantes: Instagram

Read More

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Pedro Brant

Brainstorm sobre normalidade

O que é ser normal? Você sabe? Você é? Não sou normal. Não é uma pergunta, é realmente uma constatação. Quanto mais os anos passam, quanto mais conheço as pessoas, mais percebo isso: não sou e nunca fui normal. Mas algo me chamou a atenção nisso tudo, nunca achei ninguém que fosse. Você conhece alguém normal?

Para conseguir responder se alguém é normal, primeiro, precisamos definir o que é ser normal. Quais são os requisitos, o que separa alguém normal de alguém considerado não normal? Cada um tem seu conjunto de coisas consideradas normais, mas todas oscilam no entorno da cultura macro em que vivem.

Quantas pessoas normais você conhece? O que elas têm em comum? O que as fazem parecer normais, serem normais?

Não consigo dizer por países e regiões que fogem muito a nossa realidade, mas olhando apenas para nosso mundinho existem infinitas normas e regras que você tem que seguir para ser normal. Façamos um exercício, imagine alguém absolutamente normal. Irei ajudar, uma pessoa normal segue diferentes normas, códigos e convenções socioculturais, entre elas temos códigos de vestimenta, alimentação, comportamento (que variam da forma de andar até a forma de falar) e chegamos ao ridículo de algumas regras que consideram o físico e condição física de cada um. 

Tenho certeza que você foi montando um personagem extremamente chato e quadrado. Alguém que se existisse de verdade seria uma pessoa tão normal que chegaria ao ponto de ser estranha. Mas pera. Então a pessoa absolutamente normal soa anormal?

A ironia aqui é essa. A normalidade não existe. Somos anormais porque somos únicos. Cada um de nós tem seus defeitos, manias, interpretações da vida em sociedade, que, enquanto não faz mal aos outros, não é errada. Acabamos chamando de normal pessoas que seguem uma grande porcentagem das regras socioculturais dos normais, mas no fim ninguém seguem todas.

Não tem problema cantar no banho, dançar no shopping enquanto escuta música no fone de ouvido, comer batata frita com sorvete, gostar de pizza fria de café da manhã, tomar café de noite, não dormir de noite para dormir de tarde, falar de sexo na roda de amigos, pintar o cabelo de rosa, cortar o cabelo com moicano reverso, comer chocolate com bacon, gostar de passas na ceia de natal, escrever um blog com textos aleatórios.

Tudo isso é normal, pra quem faz, pra quem gosta, e não afeta ninguém. O fato de sermos únicos é uma das coisas mais mágicas da sociedade. Nossas anormalidades nos unem, nos deixam melhores, nos completam. Se olhar para as pessoas com quem tem afinidade verá que tem quase tantas semelhanças quanto possível, mas no fim ainda são seres únicos. Acabamos nos cercando de pessoas tão anormais quanto nós, mas que ainda tem o que nós acrescentar.

Não é errado ser anormal, ser diferente, ser louco, afinal, todos somos. Somos únicos, isso que faz o mundo divertido, isso faz conviver com os outros divertido, que, no fim, faz a vida ter graça. Ser normal é chato, então, sinto muito a todos, eu não sou normal, e nem vou me esforçar pra ser, mas sou algo muito mais especial, sou único, como todos somos. A todos nós uma jornada nada normal pela vida.



Fonte: Colegioweb

Read More

quarta-feira, 4 de julho de 2018

Pedro Brant

Brainstorm sobre Tempo

Quanto vale um minuto? Qual a importância dessa fração de hora? Me peguei pensando isso, e instantaneamente fui ver quanto ganho por minuto. Algumas contas depois chego a algumas moedas e, bem, temos um valor. Mas ao mesmo tempo que consegui um valor percebi que não era esse valor que buscava.

Afinal, quanto realmente vale um minuto?

Vamos reformular.

Quanto você está disposto a dar por mais um minuto na cama segunda de manhã, por um minuto a mais com quem você ama, por mais um minuto com seus filhos, família, amigos? Pensando assim fica fácil abrir mão daquelas moedinhas né? Ou pelo menos a tentação aparece certo?

Tempo é uma moeda poderosa, única e especial. Tempo é algo que todos nascemos com uma poupança e não sabemos quanto tem nela. Vamos usando ao longo da vida, muitas vezes como se não tivesse fim. Olhando dessa forma é como se vivêssemos nossa vida como uma constante permuta, estamos sempre trocando tempo por coisas que precisamos, queremos, desejamos... Pera, precisamos? Mesmo?

Tempo vale ouro é uma frase velha e falsa. Não existe ouro com poder para comprar aquilo que o tempo pode comprar e, mesmo assim, muitas vezes acabamos trocando nosso tempo por coisas que não valem, não merecem o nosso tempo. Nós valorizamos muito pouco o quanto vale o tempo. Não existe presente mais belo que o tempo, dar seu tempo a alguém é a maior prova de amor que você pode dar, seja a pessoas com vínculos próximos ou apenas ceder seu tempo para ajudar a alguém.

Tempo não volta, não tem reembolso, nem empréstimo. Só mesmo nossa poupança invisível, esgotando a cada minuto usado. Na sociedade atual o que fazemos é uma troca, como trocar moeda numa casa de câmbio. Cedemos tempo, ganhamos dinheiro, e com esse dinheiro queremos melhorar o tempo que sobra. Parece idiota dizendo assim né?

Por que alguém iria jogar fora tanto tempo por um tal de dinheiro que deixa o tempo que sobra melhor? Não é melhor ter mais tempo? A melhora do tempo que sobra compensa tanto a ponto de vendermos tanto tempo assim?

Estas perguntas são sem sentido, principalmente se pensarmos que muitas vezes não escolhemos. Assim como comprar moedas em casas de câmbio, ficamos sujeitos as cotações que querem pagar por nosso tempo, e sem o tal do dinheiro não podemos usar de maneira mínima nosso tempo. É uma eterna armadilha giratória, na qual estamos presos vivendo.

Mas, de novo, seus minutos valem as moedinhas? E se ao invés de ter aquele item de última geração, eu passar 6 horas a mais em casa com minha filha por semana? E se ao invés de ter um carro, eu tivesse mais condições de encontrar com meus amigos aos sábados? E se no lugar de uma casa maior eu pudesse passar 24h a mais com quem amo por mês? E se?

Não é só como as coisas funcionam que dizem como vamos vender ou gastar nosso tempo, nossas escolhas também dizem muito. Não podemos deixar de vender o tempo, mas podemos decidir como é melhor vendê-lo e o que faremos com os frutos desta venda. Nosso tempo é nosso, apenas nós definimos como e com quem usá-lo.

Cada um transforma seu tempo de maneira diferente, esta é a beleza humana, somos singulares, únicos, isso nos permite pensar em infinitas maneiras de usar o tempo que nos sobra. Basta sermos criativos. Sabermos o que realmente importa. O que e quem realmente merece nosso raro, único, e especial tempo.

Cada minuto dado a alguém vale mais que qualquer um de nós jamais conseguiria imaginar. Só posso desejar muitos minutos a todos.

Read More