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sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Pedro Brant

O ano com cara de década

O ano com cara de década. Nunca em 365 dias neste meu quarto de século de vida eu passei por tantos acontecimentos diferentes. Quando prometi que não viveria no próximo ano na zona de conforto não esperava que fosse sem tão turbulento, mas só digo uma coisa, o “cantinho quentinho” tá frio de tanto tempo que nem sento lá.

Não vou contar dia 1 de janeiro com marco da virada, mas dia 17/12/15 o dia que me tornei engenheiro, também não vou pensar cronológico, afinal isso não é retrospectiva, é reflexão. Hoje completo um ano como engenheiro formado. Nesse tempo descobri como o mercado é cruel com recém-formados, como concorrências estão fortes e bem armadas. Descobri também como engenheiro é versátil adaptavél a quase tudo, e assim chegamos ao ano década, adaptando e reinventando a vida.

Nesses ultimos 365 dias exercitei meu poder de adaptabilidade ao extremo. Aprendi a me mudar no sentido literal, e com constância. Me desenvolvi em várias novas funções; comecei projetos diferentes; me mudei quatro vezes; perdi uma família, mas encontrei outra; fiz meu primeiro ano de namoro; encontrei pessoas sensacionais, algumas duraram muito tempo, já outras tiveram rápidas passagens, afinal a vida é passageira, assim como o tempo de intersecção de cada um de nós; entrei na empresa dos sonhos; descobri capacidades ocultas do meu ser, com algumas várias maozinhas amigas; criei considerações; perdi ingenuidades; moldei um novo futuro.

Foram “trocentas” coisas, quando parei para pensar achei que tinha sido um ano de perdas, choros e derrotas. Elas realmente existiram aos montes, algumas muito pesadas, outras muito cruéis, algumas muito inexplicáveis, mas elas foram parte do todo, pois sem os não das entrevistas, sem todos os perrengues que passei não seria capaz de achar o tudo de bom que me aconteceu. Transformei tanto problema em combustível, e assim criei os sims que recebi, achei os novos amigos que fiz, corri atrás dos vários conhecimentos que agreguei, tudo graça essa resiliencia adquirida.

Além de ver minha vida mudar de rumos algumas vezes, eu vi o mundo me mudar algumas vezes, me tornei uma pessoa realmente mais politizada, consciente das várias facetas diferentes, com opiniões proprias que parecem um frankenstein, mas que são minha convicção do mais correto.

Presidentes cairam, xenofobias cresceram, preconceitos sairam dos armários a luz do dia como algo comum, presenciei o caos crescendo devagar sobre nós com o nome de opinião, várias mortes, algumas muito lamentadas de pessoas que nunca ouvi que existiam, outras de grandes nomes. E vamos admitir, esses vários acontecimentos testam nossas reações e são um autoconhecimento de nossas prioridades, e as minhas ficaram mais claras com essa década de acontecimentos em 365 dias.

Sabem, eu me perguntava quando a gente sentia que tinha passado da adolescencia para a fase adulta, depois deste um ano engenheirando sinto que terminei de cruzar a linha e realizar a transição daquele jovem adulto cheio de sonhos e ideias, para um jovem engenheiro cheio de planos e objetivos. Sei que para muitos soará a mesma coisa, mas acredite a conversa entre essas duas pessaos seria muito interessante, pois em quase nada concordariam e de quase tudo discordariam.

Mas acredite, não foi o autoconhecimento o ponto máximo desse ano, apesar que ele se encontra em segundo lugar. O grande marco deste ano foi descobrir a importância e a função de cada um que me cerca, descobri as pessoas que são empáticas e confiáveis, e pude contar com eles em cada problema diferente, e a eles devo dedicar a sobrevivência incólume a este ano.

Que venham os próximos 365 pois estou pronto.
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sábado, 25 de junho de 2016

Pedro Brant

Brainstorm sobre distância


Já sentiu saudade de alguém? Procurou soluções para sumir com centenas ou milhares de quilômetros? Você não é o primeiro nem será o último a querer dar um jeito nisso. Mas ao mesmo tempo que várias pessoas buscam diminuir a distância usando artifícios como redes sociais, algumas pessoas tem o dom de aumentar distancias antes praticamente inexistentes.

A tecnologia permite que pessoas fiquem tão próximas quanto quiserem. Ao toque de um celular se é possível compartilhar momentos, ideias, fatos, músicas e vídeos. “Aquele vídeo engraçado? Ah, preciso mandar para aquela pessoa! Essa página com essa lista engraçado, tenho que mandar pra minha mãe!”

Mas estamos realmente nos aproximando? Quando pessoas na mesma casa chegam ao ponto de mandar uma mensagem ao invés de falar uns com os outros pessoalmente, isso não seria nos afastar?

A grande adesão de redes sociais em nossas vidas, nos permite alcançar um número infinitamente maior de pessoas. Mas apenas alcançar não gera uma interação. E interagir não significa formar laços. Para interagir é preciso se conectar ao outro num nível muito mais íntimo que o atual “aceitar solicitação”, e criar laços é muito mais que algumas frases trocadas numa tela.

Estamos vivendo majoritariamente dentro da rede, em amizades superficiais, e a parte mais grave disso é que achamos normal. As relações têm se degradado na mesma velocidade que novas redes sociais e aplicativos surgem pelo mundo. A falsa sensação de proximidade nos deixa cada vez mais longe, lendo as palavras do outro ou ouvindo sua voz por meio de gravações. A tal tela mágica que o celular tem se tornado nos abre a um novo mundo e nos fecha ao nosso próprio.

E aquelas relações não degradadas, mas que se mantem ou renascem graças a estas ferramentas, e telas mágicas? Amigos de infância que se reencontram, casais que se mantem juntos em países diferentes através dessa tela, filhos que veem os pais morando em outro estado, melhores amigos que não perdem contato quando tocam suas vidas. Estas são relações cujos laços são tão fortes, tão reais, que a distância não se torna empecilho, ela vira detalhe, que as redes sociais não se tornam meio de degradação, se tornam facilitador.

Mesmo assim, ainda que o celular esteja a menos de um braço de distância, isso nunca vai significar que aqueles que são importantes também estarão. Estamos apenas nos acostumando a enganar a saudade, ludibriando-a, usando de artifícios como ligações SMSs, Facebook e Skype. E vamos ficar assim até que a última bateria acabe a última tela apague.

Estamos todos a um celular de distância.

Fonte:best-and-worst-of-distance
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terça-feira, 21 de junho de 2016

Pedro Brant

A Casa da Árvore

Aquela casa na árvore já estava mais para casa fantasma, com seus dois pequenos cômodos com todos os seus esconderijos e segredos. Há anos ela não convivia nenhuma gargalhada de criança, não era o ponto de nenhuma reunião secreta ou a base de nenhum vilão prestes a destruir o mundo.

Para qualquer um parecia agora apenas uma pilha de madeira esperando o fim de sua decomposição, mas não para mim. Eu apenas via ali um baú do tesouro, guardando tantas lembranças quanto possível. Eu vi tantas coisas acontecer ali naqueles galhos, batalhas interestelares entre diferentes raças e com as mais diversas armas e poderes, também houveram lutas medievais entre casas nobres e cavaleiros e cavaleiras honrados, várias dimensões diferentes, algumas das quais criadas apenas para aquela ocasião. Mas a maioria dessas histórias terminava com final feliz, mas algumas tinham, no fim, que sofrer intervenção de uma “entidade superior”, mas eu realmente quase nunca tinha que interferir.

Os anos foram passando e as lutas e dimensões foram ficando casa vez mais escassas. Mesmo que eu ainda tentasse estimulá-las a acontecer, elas naturalmente diminuíram. Até que vi os guerreiros abandonarem o campo de batalha das várias dimensões para irem a batalha da nossa dimensão.

Vi aqueles que achei que não cresciam, crescerem e irem ao mundo. Quando temos um filho nós acabamos emprestando um pedaço de nós, a questão é só que nunca mais pegamos isso de volta, eles ficam carregando para sempre esse pedacinho com eles, sem nem saberem que possuem com eles tal parte.

Ficamos procurando com o que preencher esse pedaço quando o vemos partir, e ver a casa da árvore desta forma só ajudou a aumentar a sensação. Foi então que, como pressagio, resolvi começar a reformar a casa da árvore. Estava só em casa, por seis meses, então vi minha grande chance.

Foi quase um semestre inteiro, pela primeira vez eu e a casa da árvore tínhamos um segredo só nosso. Reformar cada madeira, cada cômodo, sem perder a essência, sem matar nenhuma lembrança, sem revelar nenhum segredo que havia sobrevivido por todos esses anos, isso sim foi uma tarefa quase impossível.

Terminei. Minha tarefa de aposentado, bem a tempo de surpreender cada um deles. O almoço de natal em família está quase aí e até o papai vai vir. Está acabando a pós e ele chegará também a tempo. Já imagino a cara deles.

O grande dia, engraçado como cada um deles já esqueceu da existência da casa da árvore, estão tão presos nesta dimensão que se esqueceram de todas as ameaças que eram combatidas ali. Estávamos ali, já de barriga cheia, ao redor da mesa. Meu momento perfeito de chamar todos para sentar no quintal, afinal tá um sol lindo.

Queria ter tirado uma foto das caras deles, os cinco desligaram dessa dimensão e é como se tivessem entrado naquele turbilhão de lembranças que eu fiquei marinando por meses enquanto reformava a casinha. Nos abraçamos por um minuto que parecia eterno. Ouvi um obrigado pai, seguido daquela que seria a única surpresa que não esperava naquele momento, você vai ser um ótimo vô.

Vô. Olha só, não reformei a casa da árvore pra mim, reformei para o meu neto. Uma daquelas grandes coincidências da vida. 

Parece que verei novas aventuras em breve.

Fonte: itsmyhouse
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sábado, 18 de junho de 2016

Pedro Velloso

Brainstorming sobre honestidade


Hoje fui pagar 1 real que fiquei devendo na farmácia. Era só um real, mas eu ouvi "Nossa! Que raro. Geralmente ninguém volta".

Chegamos ao meu ponto, dessa vez bem rápido. Estamos tão acostumados com a desonestidade, com a vontade de ganhar em cima de todos ao nosso redor, que é estanho ver alguém sendo honesto e ajudando o outro. Chegamos ao ponto de hipocrisia que a desonestidade soa como honestidade e que atos honestos geram desconfiança.

Isso me lembrou de quando eu era criança que achei uma carteira cheia de dinheiro perdida na escada do prédio de minha tia. Levei a carteira ao porteiro e pedi que ele achasse o dono. Quando contei em casa meu pai ficou perplexo, indignado ele disse que eu devia ter ficado com o dinheiro e que era óbvio que o porteiro iria roubar a carteira para ele agora e que o dono não receberia a carteira mesmo. Dois pontos podem ser vistos nessa história: Primeiro, o dinheiro não era meu e podia estar fazendo falta para alguém. Segundo, que raios é essa história de sempre achar que o outro é desonesto, o porteiro pode muito bem ter achado o dono, uma vez que ele conhecia todo o prédio melhor que ninguém.

Todos reclamam de corrupção e dos problemas do nosso pais, mas por que não começar parando com a sua própria corrupção? Aqueles pequenos atos como provar uma fruta no mercado antes de pesar, não devolver o troco recebido errado, não avisar quando o operador passar o produto a menos, devolver aquela moeda que uma pessoa derrubou.

Deveríamos parar para ajudar alguém que precise de qualquer, seja abrir um saco de verdura para uma mãe com o filho no colo, pegar um papel no chão para uma pessoa com dificuldade para abaixar, dar um moletom velho que você nem usa mais para alguém que precisa. Hoje, com a nossa cultura de jamais ajudar o outro, quando você se prontifica a ajudar, é prontamente encarado e julgado, consequentemente, inibido.

Precisamos para de procurar um "jeitinho" de resolver problemas, avisar quando receber o troco errado, para procriarmos uma cultura que permita que tenhamos um mínimo de confiança na pessoa ao lado. Mudando nós mesmos, mudamos o paradigma que rege esse pais, mudando como nós comportamos faremos a próxima geração ser diferente, ou no mínimo ver um mundo em mudança para melhor.

Nada mudará sozinho. Temos de ter a coragem de mudar a nós mesmos e não buscar mais jeitinhos, parar de fingir que esqueceu de pagar o um real que faltou na hora de pegar o remédio na farmácia. Porque, simplesmente, honestidade não deve ser qualidade, mas sim um valor, e esse valor deve ser levado para sempre e passado de geração para geração. Não desista quando parecer que está tentando enxugar gelo, pois realmente estará, estaremos todos, mas com as mãos necessárias podemos secar o Alaska se quisermos.

Pequenos atos, juntos somam grandes mudanças, e no fim só depende de cada um.

Fonte: Culturamix

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sábado, 9 de abril de 2016

Pedro Brant

O livro

Estávamos de mãos dadas no meio da noite, sentados no chão em círculos em frente aquele banquinho velho. A vela a nossa frente tinha a chama tremulante, como se algo a soprasse muito gentilmente, mas não havia nenhuma corrente de ar. Encarávamos o fogo, em silencio esperando algo maior acontecer, afinal estávamos tentando invocar demônios e fantasmas.Tudo começou naquela manhã. Eu, Raphael o grande, havia encontrado um livro antigo cheio de escrituras místicas jogado em uma casa abandonada. A capa era muito interessante, diferente de tudo que já tinha visto, e foi tentador demais para simplesmente abandonar o livro jogado no meio das ruínas abandonadas daquela velha casa.

Chamei todos os meus amigos, assim que pisei em casa, mas enquanto não chegavam fiquei observando o livro, todos os detalhes da capa, sem nenhum escrito, todo em couro, surrado e gastado, com apenas dois orifícios costurados que davam a impressão de olhos. Assustador e intrigante, mas a curiosidade era de família e era maior que qualquer temor.  O livro era amarrado com uma tira de couro cru, mas estava disposto a abrir apenas com meus colegas, afinal quem sabe o que pode sair dali.

Nos breves minutos a sós com o livro parecia que ele cochichava, instigando quem estivesse perto a abri-lo, e eu que já me sentia tentado a abrir só se sentia cada vez mais atraído por esse impulso. Contive o impulso, principalmente pelos delírios de pensar que tipos de coisas poderiam estar guardadas ali.

*beep*

A campainha tocou e me roubou todos os pensamentos mais devaneados. Chegando a porta, todos estavam lá. Foram se encontrando pelo caminho, sedentos pela curiosidade do achado. Deixei todos esperando na sala enquanto buscava o artefato. Quando o cheguei com o livro em mãos todos prenderam a respiração e se sentiram consumidos pelo medo do que poderia ser aquilo, o mesmo medo instigante que mais cedo havia me consumido.

Sentaram ao redor do livro para confabularmos a respeito do que deveríamos fazer. Em poucos minutos a excitação falou mais alto e já havíamos decidido por voltar a casa abandonada com algumas velas e ler o livro no local onde foi achado. Mal vimos o caminho, quando percebemos estavam cruzando o portão e entrando na casa, a adrenalina tomando conta de ada parte de nossos corpos.

Sentamos no que parecia um dia ter sido uma sala de jantar, puxamos um banco velho acendemos a vela e colocamos no banco. Nesse momento, todos se entreolharam e ficaram encarando o livro em minhas mãos. Mesmo sem nenhuma palavra ser pronunciada nesse momento, todos tinham entendido que havia chegado a hora de abrir o livro.

“Raphael abra o livro”

E finalmente me deixei dominar pela vontade de abrir o livro e retirei o couro que o fechava. O livro abriu ao acaso e comecei a ler vagarosamente o conteúdo da página em questão. Todos ao redor do banco prenderam a respiração e quando terminei de ler, todos deram as mãos quase que por instinto e passaram a encarar a vela tremular.

O fogo oscilava a cada momento numa direção diferente, parecia que havia adquirido consciência própria. Todos estavam hipnotizados até que o fogo apagou, sem nenhum vento, ou razão. Ficamos em silêncio, no escuro. As mãos se soltaram.

Podia ouvir passos, alguém deve ter ido buscar uma lanterna ou fósforo. Até que alguém riscou um fósforo e acendeu a vela. Fiquei cego pela luz por um instante, mas quando voltei a enxergar percebi que estava só. Nenhum dos meus amigos estavam lá, nem mesmo quem acendeu a vela. Só pude sentir um quente perfurando minhas costas e todo o ar saindo dos meus pulmões impedindo de pedir por ajuda. Fiquei de pé mas sentia que cairia logo.

Não resisti, as pernas fraquejaram e fui ao chão. Nesse momento, acordei assustado, em meu quarto, meu irmão Erick dormia na cama de baixo como se nada tivesse acontecido. Fiquei extasiado com todo aquele sonho e como era real, não conseguia parar de repassar tudo que aconteceu. Quando finalmente aceitei que era tudo um sonho, deitei novamente com extrema euforia, mal podia esperar para contar para Lara, ela ia amar escrever sobre esse sonho, afinal ela é a irmã com o dom da escrita. E com esses pensamentos me afoguei no meu sono mais uma vez.

Fonte da imagem:shitilearnedinmy20s

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domingo, 13 de março de 2016

Pedro Brant

Brainstorm sobre asas e raízes

Qual foi a última vez que se sentiu livre? Dono de todas as suas escolhas? Senhor do seu destino e com completo controle da sua vida? Não se sentiu enraizado em um local ou situação?

Esse sentimento não é muito constante, na maioria das vezes nos sentimos prisioneiros de consequências que, muitas vezes, fogem as nossas capacidades. Mas até onde não podemos controlar as coisas ao nosso redor para que elas não nos permitam voar livremente?

A verdade é que sempre pudemos, e por conveniência deixamos que as coisas aconteçam como quiserem. Mas para mostrar como se libertar e voar, antes será preciso entender como algo aparentemente bom é nocivo a nossas vidas. A zona de conforto.

A zona de conforto é extremamente desconfortável se pararmos para olhar com calma. Nela estamos sujeitos a todo tipo de coisa previsível (e previsível não significa coisa boa). O que caracteriza essa zona é um grupo de ações e acontecimentos que estão dentro do esperado para ocorrer, “se aperto o interruptor a luz acende”. Mas onde se encontra o mal disso?

Fulano tem um histórico de câncer na família, então faz parte da zona de conforto dele receber a notícia que ele tem câncer. Ele não vai gostar, mas ao longo da vida ele não vai lutar para prevenir, pois isso está na sua zona, mesmo que inconscientemente.

O grande segredo aqui seria trabalhar esse conjunto de acontecimentos e ações para que eles sejam favoráveis em todos os cenários possíveis. Fulano pode não evitar o câncer, mas pode tentar, criando a rotina saudável, seja com alimentação ou exercícios, colocando esses hábitos na sua zona, ele expulsa o câncer para áreas ainda mais remotas dela, chegando ao ponto até de excluí-lo, dependendo do caso.

Se tornar proativo em relação ao que faz ou não parte de zona de conforto é o primeiro passo. É assumir os controles das nossas próprias vidas, e a partir desse controle passamos a poder controlar parte das consequências que nos regem.

Agora que não estamos “pré-prontos” para receber algumas das más notícias podemos ir atrás do que gostaríamos certo? Meio certo. Ao fazer esse controle apenas aprendemos a não ter mais raízes fixas em um pensamento, só que ainda é preciso aprender voar para se libertar.

Passarinho aprendem voar caindo, se machucando, mas insistem até conseguir. Dar asas à mente para que ela possa voar funciona do mesmo modo. Temos um objetivo, sabemos os passos para chegar, cumprimos todos eles, mas quando chega a hora, aquele tão esperado objetivo escapa por entre os dedos e caímos de volta ao início.

Esse carma de tentar voar várias vezes até finalmente manter o voo, é o carma constante na vida de, por exemplo, empreendedores, cientistas, pesquisadores e inovadores em geral. E o que nós, reles mortais, simples trabalhadores, temos em comum com esses inovadores? Essa é a pergunta fácil e a chave para voar, queremos inovar nossas vidas, mudar para melhor.

Ao insistir em tentar, ao cair várias vezes, chega o dia que finalmente conseguiremos alçar voo e ver o mundo de cima por nós mesmos. Romper as raízes, criar asas, se machucar aprendendo voar, tudo isso vale a pena quando você finalmente conseguir chegar lá.

Agora eu te pergunto, você quer ter asas ou raízes?
Fonte da imagem: eridoodle

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segunda-feira, 7 de março de 2016

Pedro Brant

Brainstorm sobre Amor

Amor. Tá ai uma coisa difícil, complicada, as vezes, até temida, mas por aqueles que realmente o encontram, eis uma coisa que não conseguem mais viver sem.

Há quem diga que não se encontra o amor, o amor te encontra, há quem diga que o amor se faz e se constrói. Eu já acredito que amor sempre está contigo, só nos cabe percebê-lo.

Não fez sentido? Ok, vou explicar melhor.

Desde o nascimento você ama algo. Sua mãe, sua chupeta, seu cobertor, independente do que for você ama, mas ainda não é capaz de distinguir o amor.

Crescemos amando, mas ao mesmo tempo sofrendo com a doutrinação do amor idealizado, platônico, apaixonante, o mesmo presente na literatura e nos dramas românticos, aquele amor que não tem linha divisória da paixão.

Esse amor idealizado existe em várias formas como, por exemplo, em torcidas de futebol que não aceitam derrota, pois não era o esperado. Ou naquele viciado em séries que não aceita o final da série que estava assistindo.

E quando se trata de amor idealizado em relacionamentos? Ele vem sempre acompanhado de grandes expectativas, muitas vezes falsas e algumas absurdas. Se as coisas não acontecem conforme as expectativas, elas vão ruindo, desgastando, até acabarem.

Agora, pare. Pense comigo. Sabe aquela comida que você ama? Aquele desenho da sua infância? Aquele episódio da sua serie favorita? Aquela professora (tia) do primário?

Você ama ou amou tudo isso, inocentemente, sem se deixar infectar pelo falso amor platônico idealizado. Mas, e quando você acaba amando dessa mesma forma inocente alguém?

A principal diferença do amor inocente é que ele cresce e evolui ao natural, pois não se conhece o caminho, e assim cada passo é uma evolução, um aprendizado, cada queda é contornada, e cada desvio é encarado com normalidade. Pode-se até ter um objetivo a ser alcançado, mas não é artificial, é algo que surge junto com o relacionamento.

O amor puro, natural, não te impõe expectativas, não tem exige viver numa falsa realidade, pois você conhece e aceita essa realidade como ela é. Você ainda reconhece esse amor? Ou esse conceito se perdeu ao longo da sua vida? Você consegue perceber onde você apenas ama e onde você idealizou o amor?

O grande desafio é vencer o conceito pré-estabelecido. Viver amando porque está amando e não porque sente a obrigação de amar. Deixar com que as coisas aconteçam porque elas querem acontecer. Vencer os estereótipos de amor e deixar sua mente resgatar o amor da infância.

Muito amor para você.

Fonte da imagem: auroille
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domingo, 28 de fevereiro de 2016

Pedro Brant

O Branco

“Droga, deu branco.”

Ela se levantou, deu outra volta pelo quarto, como se a sexta volta pudesse mudar alguma coisa. Sentou-se na cama e encarou a distância a folha em branco e a caneta largados na mesa, sem nenhuma ideia ali escrita, e agora abandonada como se a culpa fosse da folha.

“Preciso escrever algo, mas nada vem na cabeça, preciso entregar isso amanhã de manhã. Droga.”

Ela se levantou, a culpa da falta de ideias começava a incomodar e girar pela mente. Resolveu caminhar lentamente até a cozinha, tentando se agarrar a qualquer inspiração selvagem que aparecesse em seu caminho. Ao chegar a cozinha, só se sentia pior por nada ter vindo a mente. Abriu a geladeira, ou melhor, o deposito de memórias perdidas, e ali ficou encarando os restos do almoço e algumas frutas.

1 minuto. 2 Minutos. 5 Minutos.

“Quem sabe comer não me dá a inspiração que falta?”

Pegou os restos do almoço, fechou a geladeira, pegou um copo de água e começou a voltar para o quarto. Nos mesmos passos lentos torcendo para que a inspiração surgisse do inesperado.
Nada.

Comeu. Estava horrível, velho e frio. Começou a se questionar se ia mesmo dar tempo. Nem se deu ao trabalho de procrastinar ainda mais levando o prato. Sentou novamente em frente a folha e a caneta e tentou novamente.

“Lara, a escritora em branco. Se um dia escrever minha biografia vai ser assim.”

5 Minutos. 10 Minutos

Por fim se levanta, com uma mistura de ansiedade e nervosismo, e o fato de não ter ninguém perto piorava a situação. Olhou para os lados em busca do telefone, estava completamente perdido na bagunça que era seu quarto. Começou vasculhar embaixo de cada peça de roupa ou cobertor jogado pelo quarto, até que finalmente o encontrou.

“Bom o fuso não vai me ajudar muito, mas quem sabe ele ainda tá acordado?”

*tummm* *tummm* *tummm*

-Alô, Lara? O que foi? Aconteceu algo?

-Oi pai, não aconteceu nada, só tô sem ideias. Te acordei?

-Não acordou não, você sabe que gosto de trabalhar de madrugada que não tem ninguém pra me distrair.

-É eu sei de quem puxei. Podia ter puxado a criatividade também.

-Lara, não sei de onde você tirou isso de que está sem ideias. Você está é com ideias demais, tantas ideias que elas atrapalham umas às outras. Arrume a cabeça e vá escrever. Quando acabar me mande que quero ler. Beijo.

-Beijo.

Quando desligou o telefone, ficou tão intrigada com o pensamento de ter ideias demais que aquilo só fez tudo piorar. Optou então por meditar.

“Ora se preciso arrumar a cabeça por que não meditar?”

Após 20 minutos decorridos a única coisa que Lara achou foi sono. E começou a ponderar a ideia de dormir e tentar escrever em cima do prazo de entrega, afinal nenhuma ideia veio à mente, ou melhor, as ideias estavam confusas demais para fazerem sentido.

Enfim desistiu, arrumou a cama, pegou seu travesseiro favorito, seu cobertor mais quente, vestiu o pijama e deitou. No escuro continuava pensando.

“Vou conseguir dormir por 4 horas. Já estou sonolenta. Adoro essa moleza que o sono da na gente. Já consigo sentir minha mente mergulhando no escuro a os pensamentos sumindo.”

A escritora ficou ali deitada no escuro, sendo abraçada pelo sono e sentindo suas ideias escorrerem da sua mente até quase cair no sono, quando foi acordada por um pensamento.


“Droga, tive uma ideia.”

Fonte da Imagem: linkzan

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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Pedro Brant

Brainstorm sobre Objetivos

Qual seu objetivo?

Viver sem um objetivo no horizonte é muitas vezes um problema. Todos temos um objetivo, mesmo que esse seja o desejo do dia acabar. Mas traçar um objetivo talvez seja o primeiro passo para concretizá-lo. Só tem de saber como realiza-lo por mais difícil que ele pareça ser.

Vamos começar pelo fim.

Você deseja se tornar CEO da uma grande empresa. Um objetivo muito ousado, na visão de alguns é um objetivo impossível. Eu acho que está no tamanho certo, quase impossível, bem difícil, o desafio será interessante. Como disse, começamos pelo fim, e o fim, solto no ar, não faz muito sentido.

Então vamos agora ao começo.

Para fazer o impossível, possível, é necessário mudar a forma como encaramos esse objetivo. Vamos dividi-lo em objetivos menores, mais simples, mais “possíveis”. No nosso exemplo, primeiro vamos escolher a graduação. Uma vez escolhida e iniciada, vamos fazer cursos extracurriculares, aprender além da sala de aula, traçar um objetivo de ser um pouco mais que o normal.

Conseguiu se destacar? Já foi um degrau, que tal agora tentar uma vaga naquela empresa que você quer ser CEO? Vai pro processo, mas infelizmente seu perfil não se adequou a vaga. Mas por que não na empresa do lado? Aquela startup ali da mesma área?

Vai lá, faz o processo seletivo e passa. Trabalha uns anos vai subindo junto com a empresa, até que, um dia, chega no seu e-mail um convite pra ser funcionário da tal empresa objetivo e sem perceber você está dentro.

Meio caminho andado, é só continuar traçando pequenos objetivos que tendem a ir ao grande objetivo que cada vez se chegará mais perto, até que, um dia, se chega lá.

Se tratando de grandes objetivos a tal da resiliência, ou simplesmente o “cabeçadurismo” é essencial. Insistir que um dia você chegará lá. Mas sempre tomando a rota do “deixar o objetivo mais possível”, até que se faça o impossível.

Definir objetivos, sejam eles diários, mensais, anuais ou de vida, nos permite encontrar motivação, disposição e energia para continuar. Queira sempre ser desafiado, escolha seus objetivos de forma a eles serem minimamente desafiadores, seja ele um projeto verão de 30 quilos, ou zerar aquele jogo novo em uma noite pra dar tempo de estudar pra prova, ou quem sabe conseguir juntar dinheiro até o próximo iPhone.

Definir um objetivo, mais que isso, definir uma missão, é benéfico. Não se deixe desistir nos obstáculos, tenha a mente aberta para conseguir contornar criando objetivos menores que chegarão no objetivo maior, pois com cabeçadurismo e muito esforço você chega lá. 

Uma frase clássica resume tudo de maneira magnifica, “o não você já tem”, e se ficar abraçado com ele vai acabar parando no tempo. Desejo a todos uma boa escolha de objetivos e bom projeto verão.

Fonte da Imagem: Forwallpaper
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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Pedro Brant

Bike

Droga, preciso ter mais disciplina. Eu tô atrasado, como sempre. Dentes. Tênis. Chaves. Celular. Escovar os dentes enquanto me calço, estou ficando cada vez pior. Pronto. Agora vamos.

Escadas. Chave. Bike. Pera! Claro que esqueci minha carteira. As coisas tendem a dar errado quanto mais pressa você tem, não é mesmo Murph? O que eu tô pensando, eu sempre esqueço a carteira mesmo.

Casa. Chaves. Carteira Escadas. Trancar. Bike. Boné. Fones. Música. O sol tá forte hoje, acho que vai ser um bom dia, apesar de já ter perdido um crédito de aula, Sophia vai me matar quando chegar atrasado de novo.

Pedalar. Música. Automático. Em disparada rua abaixo, nessa velocidade chego lá antes do segundo crédito começar. Foco. Borrões. Pedalar. Pedalar. Pedalar. 13 esquinas, só mais 15.

Adoro essa sensação de mente desligada do mundo. Automático. Caminho. Bike. Pedalar. Música. Robô. Mas pra quê a pressa mesmo, nem sei porque eu ainda tô fazendo esse curso. Olha só crianças brincando, é bem raro ver alguém nesse parquinho.

Esquina. Semáforo. Vermelho. Parada. Música. Bike. Carros. Sol. Verde. Vamos nessa, só mais 5. Será que hoje a Sophia aceita sair pra almoçar? Não tava a fim de ter de fazer comida. Pedalar. Bike. Dúvida.

Parada. Praça. Nunca tinha reparado nessa praça. Que bonita, tão arborizada, cheia de casais, pode ser uma boa ideia pra depois do almoço. Porque eu tô parando aqui no meio do nada tô atrasado! Bike. Música. Pedalar. Esquina. Velocidade. Restaurante.

Olha um lugar novo. Acho que podemos comer ali, ela gosta de experimentar coisas novas. Ou quem sabe no de sempre? Ah, eu não sei, vai que esse novo é ruim. Dúvida. Música Pedalar. Automático. Robô. Próximo quarteirão, vou chegar antes do segundo crédito começar!

Destino.

Fechado? Mas por que tá tudo fechado? Celular. Sábado. Burro, não acredito que eu esqueci que era final de semana. No fim não tava atrasado, tô adiantado pra convidar Sophia pra ir almoçar. Droga, preciso ter mais disciplina.

Fonte da imagem: wonderwordz

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