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quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Pedro Brant

Brainstorm sobre normalidade

O que é ser normal? Você sabe? Você é? Não sou normal. Não é uma pergunta, é realmente uma constatação. Quanto mais os anos passam, quanto mais conheço as pessoas, mais percebo isso: não sou e nunca fui normal. Mas algo me chamou a atenção nisso tudo, nunca achei ninguém que fosse. Você conhece alguém normal?

Para conseguir responder se alguém é normal, primeiro, precisamos definir o que é ser normal. Quais são os requisitos, o que separa alguém normal de alguém considerado não normal? Cada um tem seu conjunto de coisas consideradas normais, mas todas oscilam no entorno da cultura macro em que vivem.

Quantas pessoas normais você conhece? O que elas têm em comum? O que as fazem parecer normais, serem normais?

Não consigo dizer por países e regiões que fogem muito a nossa realidade, mas olhando apenas para nosso mundinho existem infinitas normas e regras que você tem que seguir para ser normal. Façamos um exercício, imagine alguém absolutamente normal. Irei ajudar, uma pessoa normal segue diferentes normas, códigos e convenções socioculturais, entre elas temos códigos de vestimenta, alimentação, comportamento (que variam da forma de andar até a forma de falar) e chegamos ao ridículo de algumas regras que consideram o físico e condição física de cada um. 

Tenho certeza que você foi montando um personagem extremamente chato e quadrado. Alguém que se existisse de verdade seria uma pessoa tão normal que chegaria ao ponto de ser estranha. Mas pera. Então a pessoa absolutamente normal soa anormal?

A ironia aqui é essa. A normalidade não existe. Somos anormais porque somos únicos. Cada um de nós tem seus defeitos, manias, interpretações da vida em sociedade, que, enquanto não faz mal aos outros, não é errada. Acabamos chamando de normal pessoas que seguem uma grande porcentagem das regras socioculturais dos normais, mas no fim ninguém seguem todas.

Não tem problema cantar no banho, dançar no shopping enquanto escuta música no fone de ouvido, comer batata frita com sorvete, gostar de pizza fria de café da manhã, tomar café de noite, não dormir de noite para dormir de tarde, falar de sexo na roda de amigos, pintar o cabelo de rosa, cortar o cabelo com moicano reverso, comer chocolate com bacon, gostar de passas na ceia de natal, escrever um blog com textos aleatórios.

Tudo isso é normal, pra quem faz, pra quem gosta, e não afeta ninguém. O fato de sermos únicos é uma das coisas mais mágicas da sociedade. Nossas anormalidades nos unem, nos deixam melhores, nos completam. Se olhar para as pessoas com quem tem afinidade verá que tem quase tantas semelhanças quanto possível, mas no fim ainda são seres únicos. Acabamos nos cercando de pessoas tão anormais quanto nós, mas que ainda tem o que nós acrescentar.

Não é errado ser anormal, ser diferente, ser louco, afinal, todos somos. Somos únicos, isso que faz o mundo divertido, isso faz conviver com os outros divertido, que, no fim, faz a vida ter graça. Ser normal é chato, então, sinto muito a todos, eu não sou normal, e nem vou me esforçar pra ser, mas sou algo muito mais especial, sou único, como todos somos. A todos nós uma jornada nada normal pela vida.



Fonte: Colegioweb

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